ÁS DE ESPADAS
- O Poder do Pensamento

*Pergunta:  O que é o poder?  Qual sua relação com ele?

O mito de Excalibur encravada em uma bigorna, simbolizando a unidade das vontades políticas enraizadas à terra e às necessidades materiais, corresponde à idéia central desta carta. Ela seria a ‘superestrutura’ dos marxistas, o conjunto de atividades que visa a reprodução das condições de trabalho, ou simplesmente, o Poder. Como vimos, o Dez de Ouros (a multiplicidade das formas materiais) e o Ás de Espadas (a unidade mental da realidade) são cartas equivalentes, pois enquanto o Dez de Ouros vê ‘o social’ de uma forma mais descentralizada e econômica, o Ás de Espadas observa a coesão do conjunto por uma ótica mais política. Assim como uma espada tem dois gumes, a mente exerce o poder que tanto gera sofrimento como soluções criativas para vida. Muitas vezes, entretanto, o Ás de Espadas implica na emergência de um novo conceito ou de uma nova força mental, o que, na maioria dos casos, gera conflitos.



DOIS DE ESPADAS
- Extremos em conflito potencial

* Pergunta: Por quanto tempo você agüenta ter que agir contra a sua vontade para não entrar em um conflito? Dê um exemplo.

Diante de forças opostas em tensão, há uma recusa tácita em enfrentar a situação de conflito iminente. Tendências contrárias imanentes se desenvolvem em silêncio: animosidade entre os arquétipos do Pai e da Mãe, entre a razão e a emoção, entre o público e o privado - gerando um estágio de paralisia e de inércia tensa.



TRÊS DE ESPADAS
 - Conflito, separação, dor

* Pergunta: Qual foi a última vez que você brigou com  alguém?

Aqui temos uma ação violenta desencadeando um conflito. A ação, fruto da chegada de um terceiro elemento, desequilibra a correlação de forças polarizadas produzindo a luta, a dor e a separação. Porém, há também um certo alívio e um sentimento de libertação nesta nova atitude, que rompe com a estagnação tensa e a imobilidade polarizada da situação anterior.



QUATRO DE ESPADAS
 - O Exílio

* Pergunta: O que faz você se sentir excluído? E quando você sente necessidade de recolhimento? Quantas vezes por mês você precisa ficar só?

Após o conflito, há sempre um período de introversão, silêncio e recuperação, para que se possa armazenar forças para enfrentar novos desafios. O isolamento e a reflexão são necessários para se recuperar emocionalmente do conflito.



CINCO DE ESPADAS
 -  A Determinação

* Pergunta: Qual a grande missão de sua vida? E qual foi o seu maior fracasso?

Aceitar o próprio destino como uma ‘missão’ implica na necessidade de encarar as próprias limitações e reconhecer que a vida deve ser vivida dentro das fronteiras de nossa capacidade.. Mas, esta consciência traz sempre mais responsabilidades do que podemos assumir. Por isso, esta carta foi associada à derrota por Waite e Crowley. Mas, a determinação não é apenas um produto de um temperamento obstinado e teimosos, ele é também um fruto da humildade e da honestidade de nossas intenções. E esta determinação dos propósitos é mais poderosa que a própria sorte, pois não importa quantas vezes fracasse, ela sempre retornará.



SEIS DE ESPADAS
 - A Compreensão

* Pergunta: O que você considera imperdoável ou se recusa a compreender?

Waite ilustra esta carta com a imagem de um barqueiro a carregar as almas pelo rio do espírito. Quando viajamos, nossa mente vive um misto de serenidade e atenção diante dos diversos cenários que se sucedem. A capacidade de compreensão reside na firmeza e abrangência da mente em entender todas as seqüências de pensamentos e imagens, principalmente aquelas que nos são adversas.



SETE DE ESPADAS
 - A Estratégia

* Pergunta: Você costuma esconder seus planos e projetos? Que tipo de planejamento exige ser mantido em segredo?

Aqui a mente trama e age com inteligência e discrição: atuar indiretamente visando um objetivo predeterminado, evitando-se contatos diretos para se preservar ao máximo as próprias forças. A carta carrega também a conotação negativa de falsidade, armadilha ou vingança traiçoeira. É uma carta amoral.



OITO DE ESPADAS
 - A Escolha

*Pergunta: Sabendo que será derrotado, você se rende ou leva a luta até o seu final? Dê dois exemplos justificando sua resposta.

Temos aqui uma situação onde se está impossibilitado de agir por medo das conseqüências. Há uma indecisão paralizante. Mas ao contrário do Dois de Espadas, onde a mente quer se omitir do conflito latente, o Oito de Espadas reflete uma situação mais responsável e participante: é necessário decidir e escolher entre os dois lados de si mesmo. Waite e Crowley enfatizam as idéias de ‘força reduzida, restrição e de aprisionamento’.



NOVE DE ESPADAS
- O Desespero

* Pergunta: Qual a coisa que você mais teme na vida? Qual seu maior medo?

Mórbidas fantasias em relação ao futuro, a sensação de um fim trágico ou de uma fatalidade, aparecem aqui com a força de verdadeiros pesadelos. Quase sempre estas visões se originam do remorso e da culpa por ações passadas. A mente teme ser punida pelos seus erros e faz projeções negativas para o futuro. Esta situação de ansiedade pode levar ao desespero. Waite ressalta ainda as idéias de ‘doença e sofrimento’ e Crowley a de ‘Crueldade’.



DEZ DE ESPADAS
- A Conclusão

* Pergunta: Faça seu testamento, incluindo, além de todos os seus bens, idéias, sentimentos, habilidades, objetos pessoais ou quaisquer coisas que você queira distribuir entre seus amigos e familiares após a sua morte.

Para muitos, essa é a carta mais negativa do Taro, significando ruína, morte física e catástrofe. Porém, também podemos vê-la como o conjunto das formas mentais em harmonia, como a redistribuição de poderes após uma batalha. É a ‘guerra finda’; a justiça, feita; a partilha, dividida. A este equilíbrio das forças mentais na sua diversidade e na submissão dos vencidos aos vencedores, corresponde a um determinado tipo de unidade superior, a um ‘pacto emocional’. Por isso, afirma-se que o Dez de Espadas corresponde ao Ás de Copas em um nível mais elevado.


OUROS
ESPADAS
COPAS
PAUS