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MEU DESPREZO É UMA COMPAIXÃO
APAIXONADA;
MINHA VONTADE, NA VERDADE,
É ORGULHO
E MINHA JUSTIÇA, VINGANÇA:
UM MERGULHO DESESPERADO
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Como como como,
Como vivo, como falo, Pois comunicar é fazer comum. Como como como, como qualquer um. Como consumidor, sumo sem sobra. E como obreiro, como a obra do senhor Que como cobra, cobra a maçã de cada dia- mais valia que me dobra. |
Mas,
como mão-de-obra,
Não me acomodo: acumulo força produtiva. Como como incomodo Pois como como quem grita: Que mude o modo, Que mude o modo, Que mude o modo de vida. |
Como
como como,
Como como irmão, Como como penso, Como comunhão. |
Mas como
um comunista só não faz revolução,
Como fome uniforme de
modular fórmulas e formular modos.coma como comer: Coma comum ou como bem entender, Sou apenas mais um a comer. Como consumidor, sumo sem nome. |
Como todos os produtos da sociedade capitalista, eu sou uma mercadoria. E como tal, em minha moral, há dois valores encravados: o de me sentir útil-necessário e o de me trocar-medir, em que peso prestígio e desprezo, administrando preços e valores menores. Politicamente descartáveis. Eu sou uma mercadoria de valores opostos em guerra marginalisticamente escondida. Entre meu consumo e minha produção, eu sou o marketing da humanidade perdida. Em minhas trocas, é capital diminuir os custos e aumentar o lucro, acumular, e, no final das contas, achar e estornar o valor da diferença. |
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