A Árvore do Saber
Além de seu caráter alucinógeno (4) e do seu comprovado uso nas guerras e ritos de passagem, a Jurema, enquanto planta, desempenha um papel central no ecossistema semi-árido das caatingas nordestinas: durante os longos períodos de estiagem, quando a paisagem do sertão fica cinza e vermelho, apenas ela e o cacto do mandacaru resistem verdes e com reservas de água. Na verdade, no auge da estiagem, a casca da Jurema seca enquanto seu interior permanece viçoso. Quando a chuva volta, a casca seca cai e a árvore reaparece jovem. Esse fenômeno dá margem a uma longa mitologia de lendas e cantos envolvendo os ciclos de sazonalidade e morte/renascimento. Mas, ao contrário do mandacaru, do qual o sertanejo pode extrair água durante a estiagem, a água da Jurema é completamente inacessível ao uso humano. No caso da Jurema, a existência de água atrai a presença de pequenos insetos e de vários níveis de pequenos predadores da cadeia alimentar do ecossistema do sertão. As cobras são habituais no juremal, tanto pela existência farta de seu alimento como pela proteção dos galhos espinhosos, impossibilitando o trânsito de animais maiores. Este fato deu margem a uma extensa mitologia popular, cantada em pontos e chamadas tradicionais, em que as cobras protegem espiritualmente a árvore, assim como esta com seus espinhos, protege os seus répteis guardiões. Assim, centro da resistência da vida orgânica à seca, em torno do qual todo ecossistema ‘não-humano’ (na verdade, não-mamífero) da caatinga gravita, a Jurema reina no sertão nordestino, desde tempo imemoriais, às margens de qualquer socialização: trata-se apenas um local perigoso e cheio de tabus, sob múltiplos aspectos (5). Não é difícil entender porque a planta deveria ser considerada sagrada para as tribos do sertão, antes da chegada dos colonizadores. Mas, o fato é que a sacralidade da jurema foi uma identidade étnica historicamente construída, em segredo durante a colonização por tribos litorâneas que não tinham a mesma tradição. Andrade argumenta que, durante o início da colonização, o uso da Jurema foi tolerado e aceito pelos portugueses católicos quando era canalizado para lógica de guerra contra invasores franceses e holandeses, enquanto seu uso religioso era condenado como feitiçaria. Há vários registros históricos (século XVI e XVII) sobre a eficácia militar dos guerreiros-juremeiros. Esta dupla permissão/condenação favoreceu uma expansão secreta e silenciosa da Jurema, levando o uso da bebida a ser conhecida pelas tribos amazônicas do Maranhão. E foi assim, neste contexto contraditório, que a Jurema se firmou como prática étnica indígena, se miscigenou com os cultos africanos (6), e chegou ao império como uma forma religiosa de resistência cultural bastante complexa, mantendo viva seu caráter guerreiro e marginal. A partir deste quadro, muitas perguntas impossíveis de serem respondidas podem ser formuladas: O que aconteceu com a Jurema? Como ela se transformou desta manifestação étnica-popular secreta em uma simples ‘cabocla da linha de Oxossi’? Como uma tradição tão significativa desapareceu assim sem deixar vestígios? (7) Porém, só entenderemos o verdadeiro significado da Jurema, e das causas de seu misterioso desaparecimento, se a relacionarmos com os mitos das árvores sagradas e considerarmos toda discussão contemporânea sobre este arquétipo.
Mircea Eliade (8) desenvolve uma perspectiva bastante diferente em, pelo menos, dois níveis distintos. Primeiro através da demonstração da existência de um monoteísmo primitivo, o deus uraniano ou otiosus – o que coloca a baixo a ilusão de um período pré-patriarcal politeísta. Em segundo lugar porque Eliade estuda todo simbolismo da extensa e complexa mitologia das árvores, retomando a noção de René Guenon ‘axia mundi’ (9), um eixo em torno do qual todo universo gravita. Nesta perspectiva, viemos de algum ponto entre as Plêiades (as sete estrelas) da Ursa Maior (polo norte estelar) e estamos nos dirigindo para um ponto abaixo do Cruzeiro do Sul (polo sul estelar). Os totens e símbolos axiais, como as árvores sagradas, são representações deste eixo cósmico no qual o universo se desenvolve. Eliade observa que, nas inúmeras mitologias em que aparece, a Árvore sempre está no Centro do Mundo, muitas vezes simbolizando uma passagem que une a terra aos céus, o inferno aos palácios celestiais. Existem, é fato, muitas variações do mito: a sacralização de plantas mágicas específicas, as epifanias vegetais antropomórficas, as árvores como microcosmos e altares, a vegetação como símbolo da ressurreição sazonal; mas há também uma curiosa universalidade das idéias de ‘Centro’ e também de imortalidade, eterna juventude e de retorno ao paraíso perdido. Mas a recorrência destas idéias chaves em centenas de mitos e fábulas das mais diferentes culturas vai encontrar sua versão mais sofisticada no simbolismo judaico-cristão da cabala, desenvolvida a partir da lenda bíblica de Adão e Eva no Eden narrado no Gênesis: “No centro do jardim, se encontraram a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”. Para o pensamento
mítico do simbolismo cabalístico, os mundos são períodos
históricos e cosmogômicos, ao mesmo tempo. Haveriam, portanto,
não apenas uma ‘queda’, mas três involuções
sucessivas de uma consciência superior para a percepção
sensorial: a expulsão de Adão e Eva do paraíso (passagem
do reino arquetípico para o da criação); a destruição
da torre de Babel (passagem do reino da criação para o da
formação); e o dilúvio de Noé (passagem do
reino da formação para o da ação). A duplicação
da Árvore da Vida em seu reflexo invertido, a Árvore do Conhecimento
do Bem e do Mal marcaria assim a nossa primeira involução,
a passagem de um mundo eterno, sem tempo, para vida perene e instável
de espíritos decaídos. Além da doutrina esotérica
do judaísmo, Eliade observa que esta noção de ‘árvore
invertida’ também pode ser encontrada em outras tradições,
como a Arvore da Felicidade muçulmana, a Yggdrasil escandinava e
Açvattha indiana:
A Árvore da Vida é um diagrama cabalístico da estrutura do universo em dez esferas de manifestação, um eixo vertical de associações de todos os arquétipos sobre o qual se organizam os diversos níveis da realidade como um ‘centro’. A árvore, no entanto, não forma um sistema fechado; ela é um método ou uma chave analógica para decifrar outros sistemas simbólicos. Através do estudo da Árvore da Vida podemos estabelecer comparações entre diferentes mitologias. Ela é uma chave universal para interpretação dos sistemas simbólicos. Para o pensamento cabalista tradicional, Deus, também, não se limita à sua imagem reflexa ou ao Adão Kadmo ou aos seus dez aspectos manifestos, ao contrário: Ele reina para além da eternidade, emanando Sua Vontade do ain soph (sem fim); Ele existe no não-ser, no imanifesto, onde não podemos conhece-lo. Antes de ser as dez esferas que englobam tudo, Deus é nada, para além de toda compreensão. A árvore da vida é uma imagem que engloba todo universo, mas pressupõe um jardineiro invisível, além da luz, uma instância de absoluta indeterminação, “cujo Nome era impossível proferir”. E é este amor místico ao imanifesto que vai diferenciar a ‘kabbalah’ dos êxtases da tradição judaica da cabala moderna dos ocultistas europeus (11). Assim, de uma forma geral, podemos dizer que tanto a idéia de ‘Árvore’ quanto a de que, no final dos tempos, uma utopia quaternária vencerá o mundo diabólico fazem parte de uma mitologia característica das culturas escritas, que acreditam em um retorno aos cíclos da simultaneidade perdida antes do começo da História. A árvore cabalista é formada por dez Sephiroth (plural de Sephirah), que são esferas de energia em que a manifestação se desenvolve. Cada Sephirath está contida na anterior e contém, em si, a possibilidade da próxima Sephirath. Assim, todo universo repousa em latência em Kether, e dentro dele emana outro círculo, Chokmah, que apesar de contido no primeiro, se opõe a ele, gerando um terceiro, Binah, que está contido nos dois anteriores. Temos, portanto, uma série de círculos concêntricos, uns dentro dos outros, mantendo uma relação de polaridade em função à esfera anterior que o engloba e em função à que contém em seguida. Os cabalistas utilizavam-se na metáfora da cebola, que tem várias camadas sobrepostas, para exemplificar esta imagem. Enquanto as três primeiras Sephiroth - Kether, Chokmah e Binah - formam um conjunto denominado macroprosopos, formada pelas Três Causas Primárias; as outras sete Sephiroth, por sua vez, formam o microprosopos e expressam as Sete Causas Secundárias. Imaginemos que desejamos fazer um bolo. Este motivo, quando vem à mente, eqüivale à primeira tríade, onde Kether representa o desejo, Chokmah, à idéia, e Binah, a sua imagem formal. Porém, o bolo só sairá da imaginação para a realidade se cruzar o abismo, chegando ao sétimo nível de materialização: Cheseed corresponderá à escolha dos ingredientes; Geburah, ao esforço necessário à preparação da massa; Tiphareh, ao equilíbrio entre a quantidade dos ingredientes e sua correta preparação; Netzach, ao toque artístico necessário e à intuição; Hod, às instruções técnicas da receita; Yesod, ao cozimento no forno; e, finalmente, Malkuth, à forma final do bolo, à sua materialidade. Os cabalistas analisavam todos os fenômenos à luz destes critérios, reduzindo-os sempre aos mesmos elementos, as esferas da manifestação. Além destes processos descendentes e materializantes que baixam da luz ketheriana para concretude de Malkuth, a que se chama criativos; existem os processos evolutivos, que partem da matéria em busca de uma realidade mais sutil. A serpente kundalínica da Árvore da Vida representa este duplo circuito dos processos criativos e evolutivos. As Sephiroth ou esferas de manifestação funcionam como ‘transistores’ deste circuito, unidades que recebem e emitem energia transformando suas características. Outras versões associam a Árvore à imagem do Adão Kadmo, onde cada Sephiroth corresponde a uma parte do corpo, estabelecendo uma relação entre o micro e o macrocosmo. A tríade formada por Kether, Chokmah e Binah, por exemplo, corresponde à cabeça. Em seguida, formando um triângulo invertido, Geburah, Cheseed e Tiphareh representam os dois braços e o plexo solar. As duas pernas, o sexo e o centro de gravidade, por sua vez, são associados as quatro Sephiroth inferiores: Netzach, Hod, Yesod e Malkuth. Nas versões mais recentes, as quatro esferas inferiores são corpos do Eu inferior ou Personalidade; as três intermediárias, do Eu Superior ou Individualidade; e as superiores, o espírito. Porém, a partir dessas informações gerais, comete-se dois equívocos freqüentemente: pensar que a arvore é um processo seqüencial de esferas sucessivas e que a idéia de Deus se limitaria aos dez aspectos sephiróthicos. Não há, no entanto, nenhuma linearidade entre as esferas: todas Sephiroth se intercomunicam simultaneamente e a idéia de circuito é apenas uma metáfora. Aliás, a metáfora do circuito integrado deve ser entendida como uma representação da recursividade organizacional ou ‘causalidade circular’ de um sistema aberto. As idéias de linearidade e de continuidade de tempo, segundo as quais primeiro vem um estágio e depois outro não fazem parte nem da hermenêutica cabalista tradicional, nem das diferentes mitologias das árvores sagradas de outras tradições.
"Mil platôs
não formam uma montanha!" Assim, na idéia de 'estruturas
rizomáticas' observa-se a relação das partes com o
conjunto fragmentário de que participam, mas não a relação
da unidade do conjunto (o todo) sobre seus componentes. Não há
uma demanda de retorno do geral para o local. Não podemos aqui apresentar
uma crítica completa ao pensamento deleuziano, mas devemos ressaltar
que sua justificada aversão a totalidade dialéctica hegeliana
e a linearidade do tempo não são incompatíveis com
a noção de Árvore das antigas tradições,
mas sim com as 'árvores modernas' ou com sua interpretação
falocrata e edipiana (13). Poderíamos dizer, na linguagem da complexidade,
que Deleuze e Guattari postulam uma recursividade organizacional sem dialógica,
aceitando o conjunto das partes mas recusando a unidade do todo.
Para nós, Deleuze, Guattari e também Foucault esvaziaram a idéia de totem falocrata, de um centro de onde emanaria o Poder. Mas acabaram por 'jogar a criança junto com a água', eliminando o significado simbólico dos eixos verticais. No entanto: a 'Árvore' é o 'Centro' mas não é o 'Édipo' - agora vemos todos claramente. A noção de Rizoma é apenas um aspecto fractal do extenso e complexo simbolismo da vegetação, que tem nos mitos da Árvore seu centro sagrado e sua totalidade, com sua 'verticalização', mas envolve também toda biodiversidade da vida orgânica em seus múltiplos e variados aspectos. Aliás: se tomarmos a imagem dos dois hemisférios cerebrais, poderíamos dizer que a árvore binária seria o lado racional e que, no outro hemisfério, estaria a multiplicidade relacional de todos os pontos e as associações não linerares ou complexas.
Sua importância decorre de sua múltipla aplicabilidade às instituições de ensino superior: a avaliação do conhecimento dos estudantes integrada à pesquisa do professor, a avaliação do desempenho do professor integrada ao ensino e à sua pós-graduação, a avaliação conhecimento técnico dos funcionários integrado ao desempenho institucional, a avaliação institucional da universidade frente às demandas sociais e, finalmente, como prestação de serviços, a avaliação institucional do conhecimento técnico dos parceiros externos (governos, escolas, empresas, outras universidades) pela instituição que o utiliza. Ao oferecer uma imagem holográfica, o modelo da árvore permite que a instituição conheça em detalhe cada um de seus elementos e que cada um formate melhor seu projeto de desenvolvimento dentro do conjunto da organização. E mais: permite organizar o ensino segundo às demandas sociais e planejar as estratégias sociais de acordo com as qualificações. É um instrumento de visualização do quadro geral da 'empregabilidade' - o que não diminui o desemprego tecnológico mas o organiza melhor a escola e o trabalho. Os trabalhos mais recentes (15) marcam uma importante virada de Levy em relação a Deleuze. Nos primeiros trabalhos: as redes são agenciamentos sócio-técnicos inconscientes e maquínicos. Já seus nos últimos livros (16), há desmaquinização das idéias de Ciberespaço como quarto momento de desenvolvimento da Inteligência Coletiva e de Árvore como Centro ou eixo de auto-organização. Para Deleuze & Guattari, em Mil Platôs, a dualidade das árvores é a própria não aceitação da pluralidade: a árvore binária é o contrário do Rizoma. Levy, ao contrário, no livro 'Árvores do Conhecimento', recupera a idéia de árvore como uma imagem do saber das instituições, cartografando todas habilidades subjetivas da organização, reproduzindo seus atos administrativos em tempo real e até simulando situações futuras. Assim, sairíamos da anarquia deleuziana das máquinas desejantes para uma democracia cognitiva da Inteligência Coletiva. Outro diferença: a noção de território como espaço antropológico, no livro Inteligência Coletiva, é completamente distinta da noção deleuziana de território. Para transgredir a idéia de que a noção de território é exclusiva dos mamíferos, que mijam e defecam para demarcar 'seu espaço', Deleuze vai falar da territorialização/desterritorilização das abelhas com as flores. Enquanto a noção de território de Levy é muito semelhante a de propriedade privada dos marxistas - é produzida a partir da escrita e da agricultura. Poderíamos dizer que Levy passou da crítica deleuziana do Arquétipo da Árvore à afirmação de seu Protótipo, da recusa de um símbolo estruturante do pensamento à sua utilização como um ícone de auto-organização dos índices, capaz de promover uma 'democracia em tempo real' em que cada parte desenvolve uma consciência dinâmica em relação ao conjunto. Assim, sairíamos da anarquia deleuziana das máquinas desejantes para uma democracia cognitiva da Inteligência Coletiva. Na metáfora da árvore, ecologia e educação se reencontram em um universo de auto-organização e integração ao meio ambiente. Porém, mais do que um programa de gerenciamento de competências e habilidades, o modelo de Árvore do Conhecimento proposto por Pierre Levy implica na retomada em um projeto utópico e a adesão à tecnocracia (inclusive a preocupação de uma reorganização social a partir da empregabilidade). O trabalho intelectual no poder vai gerir o fim do trabalho manual como se o capital financeiro internacional não existisse. Será que Pierre Levy fez uma adaptação conservadora de Deleuze? Será o Virtual semi-ótico de Deleuze (virtus/virtude, potência, a subjetivação foucaultiana) é o mesmo Virtual das redes sociotécnicas (a desmaterialização do espaço físico) de Levy - que prefere a palavra 'Cyber' para se referir ao controle introjetado? Em seu último livro (17), Levy responde apenas parcialmente a essas questões. Nele, autor reafirma seu otimismo na simulação do futuro no presente, sua fé na utopia, sem que isso signifique uma adesão ao Poder ou ao capitalismo; mas, por outro lado, ele admite que a noção de Virtual tornou-se uma panacéia e o compara a um 'Bezerro de Ouro' invísivel. O Virtual tornou-se transcendente e universalizou-se, sucumbindo vítima de seu próprio encantamento. |
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(1) Etnobotanica da Jurema: Mimosa tenuiflora (Will.) Poiret (=M. hostilis Benth.) e outras espécies de Mimosáceas no Nordeste-Brasil.
(2) Doutor em Antropologia, GERSULP, Strasbourg. Ming Anthony, Muséum National d'Histoire Naturelle, Paris.
(3) ANDRADE, J. M – Jurema: da festa à guerra, de ontem e de hoje. in MetaPesquisa
(4) A Jurema tem D.M.T. (Dimetril TriptaMina), o mesmo alcalóide psicoativo da Ayahuasca, bebida xamânica utilizada pelos índios da Amazônia Ocidental e, mais recentemente, pelas seitas religiosas do Santo Daime e da União do Vegetal.
(5) Ressalte-se, inclusive, o próprio preconceito dos antropólogos nordestinos com o tema.
(6) Não se trata de aceitar a planta como um ‘espírito’ de uma jovem cabocla: o candomblé africano reconhece a Jurema como orixá, o único genuinamente brasileiro.
(7) GRÜNEWALD, R. A. ‘Regime de Índio’ e Faccionalismo: os Atikum da Serra do Umã. Dissertação de Mestrado. PPGAS/MN/UFRJ (mimeo.)1993. Artigo/resumo.
(8) ELIADE, M. Tratado Histórico das Religiões .São Paulo: Martins Fontes, 1993. A demonstração da tese sobre o monoteismo primitivo é feita com o mesmo material etnográfico utilizado por Freud (em Totem e Tabu) e por Durkhein no livro As Forma Elementares da Vida Religiosa: as tribos do sudeste da Austrália.
(9) GUENON, R. A Ciência dos Símbolos. São Paulo: Cultrix, 1986.
(10) Uma minuciosa descrição da involução do universo manifesto, visto como um processo de quatro fases e dez agentes se desenvolvendo em uma progressiva materialização ou densificação física pode ser encontrada em Rudolf Steiner, o criador da Antroposofia. Steiner, levando adiante as idéias principais de Madame Blavastky e de Max Heindel, associou as quatro eras de Hesíodo à evolução progressiva do homem e da construção cosmológica dos quatro corpos do seu eu inferior.
(11) Enquanto para os rabinos, a Árvore era um mapa do caminho místico trilhado por Enoch até o ‘Nono Trono no Nono Céu’ (onde se transformou no Arcanjo Metraton e hoje ocupa eternamente o lugar que um dia foi de Lucifer), os ocultistas queriam utilizar a Árvore para manipular os diferentes aspectos da Natureza. Os rabinos da tradição são místicos sofisticados; os ocultistas, apenas feiticeiros modernos.
(12) DELEUZE, G. & GUATTARI, F. - Mil Platôs. Volume 1 Pág. 13. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
(13) E mesmo a 'árvore sintagmática' de Chomsky não é linear porque pressupõe a idéia de paradigma e de simultaneidade. O pós-estruturalismo francês é que tem saudades do modelo saussariano de língua/fala.
(14) LEVY, P. As Árvores de Conhecimentos. São Paulo: Editora Escuta, 1995.
(15) LEVY, P. A Inteligência Coletiva - por uma antropologia do ciberespaço São Paulo: Loyola, 1998.
(16) LEVY, P. As tecnologias da Inteligência Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
(17) LEVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.